Homem que vens de humanas desventuras,
Que te prendes à vida e te enamoras,
Que tudo sabes e que tudo ignoras,
Vencido herói de todas as loucoras;
Que te debruças pálido nas horas
Das tuas infinitas amarguras
E na ambição das coisas mais impuras
És grande simplesmente quando choras;
Que prometes cumprir e que te esqueces,
Que te dás à virtude e ao pecado,
Que te exaltas e cantas e aborreces,
Arquitecto do sonho e da ilusão,
Ridículo fantoche articulado
Eu sou teu camarada e teu irmão.
Que te prendes à vida e te enamoras,
Que tudo sabes e que tudo ignoras,
Vencido herói de todas as loucoras;
Que te debruças pálido nas horas
Das tuas infinitas amarguras
E na ambição das coisas mais impuras
És grande simplesmente quando choras;
Que prometes cumprir e que te esqueces,
Que te dás à virtude e ao pecado,
Que te exaltas e cantas e aborreces,
Arquitecto do sonho e da ilusão,
Ridículo fantoche articulado
Eu sou teu camarada e teu irmão.
António Botto
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