terça-feira, março 21, 2006



As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas suas curvas claras.

Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
estas maõs nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.

E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.

Eugénio de Andrade

Porque hoje é também o Dia Mundial da Poesia...

1 comentário:

Victor Leal disse...

bem...eu tou a ficar viciado no teu blog! tu publicas cenas fantasticas! Bjo