sexta-feira, fevereiro 15, 2008


Fala-me de amor - disseste,
Quando nos recantos dos jardins as barreiras nos impediam de pisar a relva.
Rompiam as memórias e um ligeiro vento arrastava as folhas secas do velho plátano.
Era tão tarde… e ainda agora despontavam as histórias...
Olhei sem desvario.
Antes, quando me debruçava no teu peito, eras rio, eras só rebuçado!
E trazíamos nos pés alpercatas, com asas, que reluziam por cima dos muros e o chão era mais leve que o algodão…
Sabes?
A cidade fede devaneios e as árvores crescem nos telhados das casas.
Não te vou falar de amor, não!
Reservo para mim as sensações dos velhos tempos.
Agora restam umas quantas folhas que vêm ter comigo.
Somos dois silêncios!
Dois estranhos castanheiros perdidos na cidade.

Rogério Simões

1 comentário:

POETAROMASI disse...

Muito obrigado por ter escolhido e colocado a fonte num poema meu que gosto.
O poema encontra-se devidamente registado em Portugal na IGAC Inspecção-Geral das Actividades Culturais processo 2079/09.
Infelizmente é um caso raro. Cumprimentos.
Rogério Martins Simões
http://poemasdeamoredor.blogs.sapo.pt
Rogério