quarta-feira, abril 05, 2006


Nunca
dos nossos lábios aproximaste
o ouvido; nunca
ao nosso ouvido encostaste os lábios;
és o silêncio,
o duro espesso impenetrável
silêncio sem figura.
Escutamos , bebemos o silêncio
Nas próprias mãos
E nada nos une
- nem sequer sabemos se tens nome.

Eugénio de Andrade

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