Apenas dois.
Dois seres...
Dois objectos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre...
...A se olharem...
Pensar talvez:
"Paralelos que se encontram no infinito..."
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas.
Pablo Neruda
" O Futuro pertence àqueles que acreditam na Beleza de seus Sonhos." Elleanor Roosevelt
Pablo Neruda
Este poema é simplesmente Genial...
Talvez pudesse o tempo parar
Quando tudo em nós de precipita
Quando a vida nos desgarra os sentidos
E não espera, ai quem dera
Houvesse um canto pra se ficar
Longe da guerra feroz que nos domina
Se o amor fosse um lugar a salvo
Sem medos, sem fragilidade
Tão bom pudesse o tempo parar
E voltar-se a preencher o vazio
É tão duro aprender que na vida
Nada se repete, nada se promete
E é tudo tão fugaz e tão breve
Tão bom pudesse o tempo parar
E encharcar-me de azul e de longe
Acalmar a raiva aflita da vertigem
Sentir o teu braço e poder ficar
É tudo tão fugaz e tão breve
Como os reflexos da lua no rio
Tudo aquilo que se agarra já fugiu
É tudo tão fugaz e tão breve.
Minha canoa espera em águas onde
Deus preferiu pôr tons de caramelo
e agasalhar a praia que se esconde
em um lugar que não tem paralelo.
Esse rio com quem já tenho um elo
tem o tom das correntes cristalinas.
O sol derrama estrelas pequeninas
pelas folhas que cercam toda a mata
e por magia das forças divinas,
caem sobre mim, águas cor de prata.