Nas vastas águas que as remadas medem,
tranquila a noite está adormecida.
Desliza o barco, sem que se conheça
que espaço ou tempo existe noutra vida,
ou nesta, em que da noite o respirar
é um sussurro de águas contra o casco
em que os barcos naufragam, e nas praias
há cascos arruinados que apodrecem,
a desfazer-se ao sol, ao vento, à chuva,
e cujos os nomes se não vêem já.
Ao que singrando vai, a noite esconde o nome.
Jorge de Sena in "Sinais de Fogo"
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